Presente de Yemonjá... Praia da Bica - Ilha do Governador - RJ.

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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sakpatá


Sakpatá - é a denominação fon do Vodun do panteão da terra. É o grande Ayi-vodun dos Ewe-fon, por isso intitulado Ayinon (o dono da terra). Considerado filho mais velho de Mawu ele é enfim, o Rei do Mundo, originariamente vodun senhor da varíola e, por extensão, de inúmeras enfermidades contagiosas que deformam o corpo. Todo o povo fon o teme enormemente e o cultua fervorosamente e possui uma grande quantidade de representações, cada uma sendo um aspecto de doenças e infecções.
A tradição aponta a origem do culto de Sakpatá na localidade de Kpeyin Vedji, um enclave yorubá dentro do território mahi a noroeste de Abomei. Desta dupla procedência permanece a curiosidade de que Sakpatá é considerado uma divindade yorubá ("nagô") pelos fon egun ("jêje") pelos yorubás.
  • Kohossú- Cujo nome significa "Rei da Lama" é o pai de todos os Sakpatás;
  • Nyohwe Ananú - Dona da água parada que mata de repente é a mãe, e são ambos filhos de Nà Buùku.
  • Da Zodji - Envia a disenteria e os vômitos, considerado o mais velho de todos. Ele não tem braços ou pernas e é carregado numa padiola, mas tem o poder da invisibilidade e, apesar do defeito físico, comanda todos os Sakpatás.
  • Da Langan - Come a carne das pessoas ainda vivas.
  • Da Sinji - Traz as inchações e tromboses.
  • Aglossuntó é responsável pelas feridas e chagas que nunca cicatrizam.
  • Adohwan castiga perfurando os intestinos.
  • Avimadjé - É o que leva as almas dos que morreram punidos por Sakpatá.
  • Bossu-Zohon - É o grande feiticeiro.
  • Alogbê - Possui cinco braços e é ligado aos Tohossú.
  • Adan Tanyi - É filho de Da Zodji, e traz a lepra.
  • Suvinengué - Um abutre com cabeça humana e é filho de Da Langan.
  • Existem várias outras denominações: Agbologbodji, Tonekpó, Gbazu, Ahossú Ganhwa, Kpadadadaligbo (que é fêmea) etc., cujos nomes, atribuições e lugar dentro da "família" varia de região para região.
  • Uma outra tradição conta que Sakpatá é uma divindade dupla, tanto macho como fêmea. O macho sendo Da Zodji e a fêmea sua irmã Nyohwe Ananu, gêmeos nascidos do primeiro parto da entidade andrógina Mawu-Lissá.
  • Sakpatá é cultuado em seus templos sob um aspecto duplo. Possui o aspecto Jeholú ("Rei das Jóias", que seriam as pústulas trazidas pela varíola) que é tratado internamente e não recebe sacrifícios de sangue diretamente, mas é lustrado com uma mistura de sangue e azeite de dendê e envolto por panos. O aspecto Zun-holú ("Rei da Floresta") fica do lado de fora, recebe os sacrifícios de sangue diretamente sobre ele e é coberto por rodilhas de ramos secos da palmeira de ráfia (Raffia vinifera) palha da costa, e é um montículo que pode ser mais alto do que um homem. Os sacerdotes e fiéis o tratam como um ente vivo, o reverenciam, abraçam, etc. Zun-holú de tamanhos mais modestos podem ser vistos diante dos hunkpame de outros voduns, sobretudo nos de Heviossô. A iniciação de Sakpatá entre os fon consiste em duas partes. Na primeira e mais longa, os neófitos permanecem no hunkpame vários meses submetendo-se a disciplina rígida de silêncios, jejuns, aprendizagem de cânticos e danças rituais e nesta eles são chamados de agamassi. No final desta fase, as famílias juntam dinheiro para realizar um grande ritual, no qual os neofitos morrem simbolicamente e ficam escondidos por três dias dos olhos de todos, e depois são trazidos para fora enrolados em mortalhas e são publicamente "ressucitados" pelo Aklunon (ministro do culto). A partir daí eles recebem seus nomes de iniciação e passam a ser chamados de anagonu (habitantes anagôs), sakpatasi (filho de sakpata), por causa da acreditada origem nagô do vodun; ou "Azonsi", que em francês se escreve azonsu.
  • No antigo Reino  Dahomé, o culto de Sakpatá era olhado com suspeita, às vezes banido (e o foi, definitivamente, de Abomei). Uma vodunsi de Sakpatá não pode ser dada como esposa para o rei, e havia sempre a suspeita maior de que seus sacerdotes espalhavam deliberadamente a doença para aumentar seu poder. Mas outra questão importante neste caso é o fato de que Sakpatá abertamente desafia o poder real portando os títulos de Ayinon e Jeholú, que são títulos que o rei também possui.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Cânticos à Omulú ( Atótóo! Omolú Olúkú a jí béèrù sápadà!)

A jí dàgòlóònòn kí wa sawo orò
Dàgò ilé ilé, dàgòlóònòn kí wa sawo orò,
Dàgò ilé ilé

TRADUÇÃO:

Ao acordar pedimos licença ao senhor no caminho
aquele a quem fazemos o culto tradicional, dê licença
a nossa casam, que pede licença no caminho a quem nós
fazemos o culto tradicional.


Onílè wà àwa lésè Òrìsà, opé ire
Onílè wà a lésè Òrisà opè ire,
E kòlòbó e kòlòbó sín sín, sín sín
Kòlòbó e kòlòbó e kòlòbó sín sín
Sín sín kòlòbó e kòlòbó
E kòlòbó sín sín, sín sín kòlòbó.


TRADUÇÃO:


O senhor da terra está entre nós que cultuamos Orixá,
agradecemos felizes pelo senhor da terra estar entre
nós que cultuamos Orixá, agradecemos felizes. Em sua
pequena jarra (cabaça) ele traz feitiço (encantamento)
para livrar-nos das doenças.


Omolú pè a àwúre e kú àbò
Omolú pè a àwúre e kú àbò


TRADUÇÃO:


Omolu te pedimos senhor da sorte, que use o teu
feitiço para nos trazer boa sorte e sejas bem-vindo

Omolu te pedimos senhor da sorte, que use o teu
feitiço para nos trazer boa sorte e sejas bem-vindo.

Ó ìjeníìyà bàbá a sìn e gbogbo wa lé
Ó ìjeníìyà bàbá a sìn e gbogbo wa lé ó.


TRADUÇÃO:


Ele é o pai que castiga (aplica punições),
nós vos cultuamos, senhor, e toda a nossa casa.
Ele é o pai que castiga (aplica punições),
nós vos cultuamos, senhor, e toda a nossa casa.


Ó táálá bé okùnrin wa ki lo kun, táálá bé okùnrin
abénilórí ìbé rí ó ní je oluwàiyé táálá bé okùnrin.
Ó ní a ló ìjeníìya ajàgun tó ló ìjeníìyà olúwàiyé
táálá bé okùnrin.


TRADUÇÃO:


Ele pode descarnar (emagrecer) fazer a cabeça do homem
levá-lo embora e esculpir (-lho), ele pode definhar, morrer (o orí)
a cabeça do homem, é o executor, o que decapta a 
sua cabeça; ele é o senhor da terra, que definha e decapta
o homem; ele pode nos castigar o guerreiro que pode castigar
senhor da terra, que definha e decapta o homem.


Atótóo! Omolú Olúké a jí béèrù Sápadà!

Ìlù Áwon Òrísà