Presente de Yemonjá... Praia da Bica - Ilha do Governador - RJ.

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sábado, 12 de maio de 2012

Alguns Voduns

LINHAGEM DE LISSÁ


Mawúfe - A casa do ser supremo, cirador do universo.
Mawú-Lissá - Deus andrógeno que dirige todos os panteões. Mawú é atribuída a lua e Lissá ao sol.
Lissá - Vodun ligado ao sol.
Lissá Agbâdjú - Filho de Lissá e Mawú, portador das mensagens dos pais.
Lissá Aizú - Portador das mensagens de Mawú aos homens.
Lissá Akazum - Portador das mensagens de Lissá aos homens.
Lissá Gamam - Filho de mawú-lissá . Vodun velho, veste branco.
Lissá Guêguê - Filho de Lissá, tão genioso quanto o pai, jovem e guerreiro. Veste branco com detalhes azul.
Lissá Lakayá - Vodun jovem da linhagem de Lissá.
Lissá Lumeji - Filho de Lissá que vive abaixo da terra, veste branco e usa muito metal.
Lissá Môlû - Filho de Lissá e Mawú que procura as coisas perdidas.
Lissá Uêtê- Filho de Lissá e Mawú é um tohousu coberto de espinhas (acne) não é feito na cabeça de ninguém.
Lissá Ruêlê - Vodun masculino velho. Detém as chuvas dos tesouros e depósitos de Lissá. Veste branco com detalhes coloridos.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Ayizan

África
Ayizan, cujo nome significa "A esteira da terra" é um vodun feminino dos mais importantes na cosmologia fon. Ela é considerada a dona dos mercados e dos espaços públicos, onde as pessoas se encontram e interagem. Para alguns, ela é considerada a primeira divindade cultuada pelo primeiro ancestral. A ela também é atribuído o dom da palavra e da comunicação e desta forma está estritamente ligada à Legba, a quem muitas vezes é associada como mãe ou esposa. Sua representação é um montículo de terra colocado no meio das praças de mercado coberto de muitas rodilhas de dezan (palmas ainda verdes e desfiadas de dendezeiro), onde os comerciantes fazem oferendas. Ayizan também é cultuada nos hunkpame, onde é responsável pelos neófitos em processo de educação, sendo seu montículo sagrado colocado no agbassá (espaço mais externo ou ante-câmara), ou no agbaji (espaço mais interno) dos conventos. O culto de Ayizan é de origem hwedá e é forte sobretudo na região de Uidá, no Benin.

Brasil
É cultuada no Candomblé Jeje como Ayizan, Averecuêto, na Casa das Minas como Averequête e no Xambá como Afrekete.

Haiti
No Vodou Haitiano o Loa Aizan (também chamado de Gran Aïzan) é considerado a senhora da pureza ritual e a Mambo, ou sumo-sacerdotisa iniciadora (como a iyalorixá no Candomblé) arquetípica, sendo homenageada em primeiro lugar nas cerimônias. Nas iniciações do vodou, a presença de Aïzan é marcada pela rodilha de palma desfiada de dendezeiro (dezan), que os neófitos usam ao sobre a cabeça ao ingressarem na reclusão iniciática.
No Vodou, e especialmente no Haiti, Ayizan (também Grande Ai-Zan, Aizan, ou Ayizan Velekete) é a loa do mercado e do comércio. Ela é uma raiz loa, associada com ritos de iniciação Vodoun (chamado kanzo).
Ela é sincretizada com a Santa Clara Católica, seu símbolo é o palm frond, ela não bebe nenhum álcool, e é a esposa de Loko Atisou.

sexta-feira, 2 de março de 2012

5 Cantigas de Roda de Ipadê

E ína mojubá 
Ína ína mojubá aiyê
Ína mojubá
Ína ína mojubá aiyê


Ína eu lhe apresento meus humildes respeitos
Ína eu lhe apresento os respeitos do mundo,
Ína eu lhe apresento meus humildes respeitos
Ína eu lhe apresento os respeitos do mundo.


E ína koróká
Ína ína koróká aiyê
E ína koróká
Ína ína koróká aiyê


Ína não venha e proteja
Ína não venha com pensamentos cruéis para o mundo,
Ína não venha e proteja
Ína não venha com pensamentos cruéis para o mundo.


E ína ko wá ba
ína ína ko wá ba aiyê
E ína ko wá ba
ína ína ko wá ba aiyê


Ína venha e proteja
Ína venha e proteja o mundo,
Ína venha e proteja
Ína venha e proteja o mundo.


Ojixé pale fun wáo
Ódara pale sobá
Ojixé pale fun wáo
Ódara pale sobá


Ojixé tome conta da casa para nós
Ódara seja o guia seja nosso rei,
Ojixé tome conta da casa para nós
Ódara seja o guia seja nosso rei.


E baissá baissá
A lê massá
Baissá baissá
A lê massá


Babá orixá babá orixá
O imutável,
Babá orixá babá orixá
O imutável.







sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Cânticos a Òsónyìn ( Ewé ó! Ewé àsà!)

Pèrègún aláwé titun ó, Pèrègún aláwé titun,
Gbogbo pèrègún aláwé lésé, pèrègún aláwé titun ó.

Peregum é o dono das folhas novas e frescas.
Todos os pereguns são donos das folhas novas e frescas
E têm seu próprio suporte, pois peregum é o dono das 
folhas novas e frescas.

A gbéèdè ewé a gbéèbè unbó, e a gbéèdè
A gbéèdè ewé a gbéèbè unbó, e a gbéèdè

Nós entendemos as folhas, nós entendemos e cultuamos,
Nós entendemos, nós entendemos as folhas, nós entendemos e 
cultuamos, nós entendemos.


Àwa dàgò l´ojú ewé, àwa dàgò l´ojú e mò oògùn,
A dàgò l´ojú ewé, a dàgò l´ojú e mò oògùn.

Nós te pedimos licença para os nossos olhos, folha,
Pedimos licença para os nossos olhos verem vosso
Conhecimento dqa medicina, nós te pedimoslicença
Para os nossos olhos, folha, pedimos licença para
Os nosos olhos verem vosso conhecimento da magia.


Òjòó máà ò fuurufù, òjòó máà òfuurufú
Òjòó máà àrá inón.

Chuva não permita que tenha vento
Chuva não permita que haja vento,
Chuva não permita o fogo do raio.


Ewé kítí-kítí Oya gbálè ó, ewé kítí-kítí Oya gbálè,
Ewé mi l´Òsónyìn ewé mi kò sílè, ewé kítí-kítí Oya gbálè.

Numerosas folhas de Oya varreu, numerosas folhas Oya varreu,
Minhas folhas são de Òsónyìn, Oya não jogue minhas folhas
No chão, numerosas folhas Oya varreu.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Cânticos a Òsóòsì ( Ode òkè àró ! )

Olówo gìrì-gìrì lóòde, ó gìrì-gìrì lóòde
Ó wà nígbó òrò ode òkè ó dára sáà ló gbéeron

Abastado senhor que faz barulho com os pés, como se fosse
Muitas pessoas ao redor (tática de caça africana), ele faz
Barulho com os pés como se fosse muitas pessoas ao redor,
ele está no bosque ( na foresta), a fala (voz) do caçador é
Alta e ele é bom na rapidez (tempo) em ferir a caça.


Oní aráaye ode a rere òkè àwa ní kó dé lókè
Dódé a pa eron, àwa ní kó dé lókè dode a pa eron
Ode bí ewé ode lóòde kó àwa pa eron.

Senhor da humanidade, nosso bom caçador, nós o
Chamamos para aprendermos a caçar e acima de tudo,
Ir caçar e encontrar a caça.




Omorode sè rè ewé irokò, sè rè ewà ló igbó
Omorode sè rè ewé irokò, sè rè ewà ló igbó
Oní aráayé ode a rere ó pè omorode sè rè ewé
Lokò sè rè ewà ló igbó.

O filho do caçador origina-se das folhas de Iroko,
Origina-se da beleza e poder das florestas, o filho

O filho do caçador origina-se das folhas de Iroko, Origina-se 
da beleza e poder das florestas. Senhor da humanidade,
Nosso bom caçador, nós o chamamos. O filho do caçador
Origina-se das folhas de Iroko, origina-se da beleza 
E poder das florestas.




Olúwàiyé wà rere àgògbó, olúwàiyé àgògbó
Olúwàiyé wá rere àgògbó, olúwÀiyé àgògbó.

Senhor da terra, faça com que estejamos bem
E dê-nos licença nas matas, senhor da terra
Faça com que estejamos bem e dê-nos licença
Nas matas.




Oló tóbi ewé, oló tóbi ewé bàbá,
Oló tóbi ewé tóbi ewé oló tóbi ewé bàbá.

Grande senhor proprietário das folhas (folhagens e florestas)
Grande senhor das folhas e pai.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cânticos à Èsù ( Èsù yè, Laróyè!)

A pàdé olóònòn e mo júba òjísé
Àwa sé awo, àwa sé awo, àwa sé awo
Mo júbà òjísè.


TRADUÇÃO:

Vamos encontrar o senhor dos caminhos,
Meus respeitos aquele que é o mensageiro,
Vamos cultuar, vamos cultuar, vamos cultuar
Meus respeitos aquele que é o mensageiro.




Elégbára réwà a sé awo
Elégbára réwà a sé awo
Bara olóònòn àwa fún àgò
Bara olóònòn àwa fún àgò.


TRADUÇÃO:


O senhor da força é bonito, vamos cultuá-lo,
O senhor da força é bonito, vamos cultuá-lo,
Exú do corpo, senhor dos caminhos nos dê licença.




A jí kí ire ni Èsù, Èsù kà bí kà bí,
A jí kí ire ni Èsù, Èsù kà bí kà bí.


TRADUÇÃO:


Nós acordamos e cumprimentamos felizes a Exú,
E Exú conta como nascimento, Exú conta como nascimento.




Elégbára Èsù ó sá kéré kéré,
Ekesan Bará Èsù ó sá kéré kéré.


TRADUÇÃO:


Exú, o senhor da força (do poder)
Faz cortes profundos e pequenos,
Ékésan Exú do corpo, faz cortes profundos
e pequenos (gbéré).




E Elégbára Elégbára Èsù aláyé
E Elégbára Elégbára Èsù aláyé


TRADUÇÃO:


Senhor da força, Senhor do poder
Senhor da força, Senhor do poder
Cumprimentamos o chefe (dono do mundo).

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sakpatá


Sakpatá - é a denominação fon do Vodun do panteão da terra. É o grande Ayi-vodun dos Ewe-fon, por isso intitulado Ayinon (o dono da terra). Considerado filho mais velho de Mawu ele é enfim, o Rei do Mundo, originariamente vodun senhor da varíola e, por extensão, de inúmeras enfermidades contagiosas que deformam o corpo. Todo o povo fon o teme enormemente e o cultua fervorosamente e possui uma grande quantidade de representações, cada uma sendo um aspecto de doenças e infecções.
A tradição aponta a origem do culto de Sakpatá na localidade de Kpeyin Vedji, um enclave yorubá dentro do território mahi a noroeste de Abomei. Desta dupla procedência permanece a curiosidade de que Sakpatá é considerado uma divindade yorubá ("nagô") pelos fon egun ("jêje") pelos yorubás.
  • Kohossú- Cujo nome significa "Rei da Lama" é o pai de todos os Sakpatás;
  • Nyohwe Ananú - Dona da água parada que mata de repente é a mãe, e são ambos filhos de Nà Buùku.
  • Da Zodji - Envia a disenteria e os vômitos, considerado o mais velho de todos. Ele não tem braços ou pernas e é carregado numa padiola, mas tem o poder da invisibilidade e, apesar do defeito físico, comanda todos os Sakpatás.
  • Da Langan - Come a carne das pessoas ainda vivas.
  • Da Sinji - Traz as inchações e tromboses.
  • Aglossuntó é responsável pelas feridas e chagas que nunca cicatrizam.
  • Adohwan castiga perfurando os intestinos.
  • Avimadjé - É o que leva as almas dos que morreram punidos por Sakpatá.
  • Bossu-Zohon - É o grande feiticeiro.
  • Alogbê - Possui cinco braços e é ligado aos Tohossú.
  • Adan Tanyi - É filho de Da Zodji, e traz a lepra.
  • Suvinengué - Um abutre com cabeça humana e é filho de Da Langan.
  • Existem várias outras denominações: Agbologbodji, Tonekpó, Gbazu, Ahossú Ganhwa, Kpadadadaligbo (que é fêmea) etc., cujos nomes, atribuições e lugar dentro da "família" varia de região para região.
  • Uma outra tradição conta que Sakpatá é uma divindade dupla, tanto macho como fêmea. O macho sendo Da Zodji e a fêmea sua irmã Nyohwe Ananu, gêmeos nascidos do primeiro parto da entidade andrógina Mawu-Lissá.
  • Sakpatá é cultuado em seus templos sob um aspecto duplo. Possui o aspecto Jeholú ("Rei das Jóias", que seriam as pústulas trazidas pela varíola) que é tratado internamente e não recebe sacrifícios de sangue diretamente, mas é lustrado com uma mistura de sangue e azeite de dendê e envolto por panos. O aspecto Zun-holú ("Rei da Floresta") fica do lado de fora, recebe os sacrifícios de sangue diretamente sobre ele e é coberto por rodilhas de ramos secos da palmeira de ráfia (Raffia vinifera) palha da costa, e é um montículo que pode ser mais alto do que um homem. Os sacerdotes e fiéis o tratam como um ente vivo, o reverenciam, abraçam, etc. Zun-holú de tamanhos mais modestos podem ser vistos diante dos hunkpame de outros voduns, sobretudo nos de Heviossô. A iniciação de Sakpatá entre os fon consiste em duas partes. Na primeira e mais longa, os neófitos permanecem no hunkpame vários meses submetendo-se a disciplina rígida de silêncios, jejuns, aprendizagem de cânticos e danças rituais e nesta eles são chamados de agamassi. No final desta fase, as famílias juntam dinheiro para realizar um grande ritual, no qual os neofitos morrem simbolicamente e ficam escondidos por três dias dos olhos de todos, e depois são trazidos para fora enrolados em mortalhas e são publicamente "ressucitados" pelo Aklunon (ministro do culto). A partir daí eles recebem seus nomes de iniciação e passam a ser chamados de anagonu (habitantes anagôs), sakpatasi (filho de sakpata), por causa da acreditada origem nagô do vodun; ou "Azonsi", que em francês se escreve azonsu.
  • No antigo Reino  Dahomé, o culto de Sakpatá era olhado com suspeita, às vezes banido (e o foi, definitivamente, de Abomei). Uma vodunsi de Sakpatá não pode ser dada como esposa para o rei, e havia sempre a suspeita maior de que seus sacerdotes espalhavam deliberadamente a doença para aumentar seu poder. Mas outra questão importante neste caso é o fato de que Sakpatá abertamente desafia o poder real portando os títulos de Ayinon e Jeholú, que são títulos que o rei também possui.